Nós somos insignificantes,
Julgando-nos o centro,
Embora por instantes,
Só nos reste o degredo.
A inteligência não serve,
Para saber o que fazemos,
E o cérebro ferve,
Sem saber o que dizemos.
Olhamos o infinito,
Pensando ser moda,
E damos um grito,
Para fugir a esta roda.
Esta horrível leveza do ser,
Transporta-nos além real,
E faz-nos então querer,
Fugir ao que é banal.
A tristeza desta vida,
É o que os outros nos fazem,
Por mais que nos digam ainda,
Que nos amem…
Rbobson
Se somos imortais,
Porque morremos?
São a essas questões tais,
Que não respondemos.
Não respondemos,
A essas questões tais:
Porque morremos
Se somos imortais?
É morte realista!
É morte espiritual!
A primeira é narcísica.
A Segunda é total.
A verdadeira morte,
Para além da solidão,
Tem pago o porte,
Da frieza do coração.
Oh! Clemência da virtude,
Da aceitação da frivolidade,
Fica o povo de coração rude,
Ao descobrir a verdade.
Da evidência da vida,
À certeza da morte,
A necessidade, é com dores “parida”,
Sem descontos e nenhum corte.
Rbobson
Vi chover, gota a gota,
Caiam os pingos da chuva.
Assim caíam os pingos,
Da minha tristeza.
E gota a gota,
Sem sentido nem direcção,
Deste modo caíam,
As lágrimas do meu coração.
E caíam os pingos de chuva,
Ferozmente no chão,
Saindo de não sei onde,
Talvez de algum coração.
A chuva parou.
Dissiparam-se as nuvens,
Veio o sol, a alegria, a paz,
E a tristeza desapareceu.
Abri a janela,
E um cheiro a terra molhada,
Invadiu o meu ser…
Um raio de sol tocou-me.
E sentindo alegria,
Amor, esperança e paz,
Com um lindo dia…
Apeteceu-me viver!!!
E quando relembro,
A chuva que caía,
Percebo o porquê,
De tanta alegria.
E ao pensar,
Que não estou só,
Sinto-te bem perto de mim,
Completando a minha alegria.
Rbobson
Este poema, que escolhi do meu 'reportório', não revela o meu estado de espírito, mas revela o que me vai no coração. Tenho andado pesaroso e com um peso, um fardo no meu coração. Alguns, ao lerem isto, poderão pensar se eu me estaria a arrepender de alguma decisão recente, ou dos últimos meses, mas não. É apenas por ver no que este mundo se tem tornado, desde os tempos da minha feliz e doce mocidade. Nem é preciso, ir muito longe. Basta olhar para o nosso país e para ver o que se passa, o que anda no ar, para ficar logo com um fardo muito grande no meu peito.
Contudo, não sou dos que não têm esperança. Eu tenho. Eu sei em quem creio e sei até onde poderei ir e como as coisas podem mudar. Tudo depende de mim.
Aliás, todas as mudanças e melhoramentos dependem sempre de cada um de nós. Lembre-se sempre, que fazer a diferença, começa sempre pela nossa própria vida.
As decisões estão na nossa mão. Tome-as sabiamente, ponderando sempre o futuro.
Silenciosos mas bons...
Aquela cadela virada para o mar