Quinta-feira, 5 de Julho de 2007

Se nasceste antes de 1986...

(Recebi isto num e-mail e decidi partilhar convosco...)

Nasceste antes de 1986?
Então lê isto...
Se não nasceste... lê na mesma...

Nascidos antes de 1986.

De acordo com os reguladores e burocratas, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.


Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças", ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas, talheres e ferramentas do Papá.


Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes, nem joelheiras, cotoveleiras, protecções, etc.


Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus e uma guerra, para os que têm irmãos e irmãs.


Bebíamos água da mangueira do jardim, do riacho perto de casa e não da garrafa e sabia bem.


Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos groselha com açúcar, sumos e até Coca - Cola, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.

Quem não se lembra da 'lanranjina c', das bombocas, das pastilhas 'gorila' e 'pirata', do chocolate 'Toffeecrisp', da pasta de dentes (medicinal) 'couto', da 'Greensands', da 'Canadá Dry', das camisolas interiores 'Termotebe', das meias 'CD' e da 'Regisconta'...

Quem não se lembra de ir ao cinema e este ter intervalo a meio da sessão?

E da Tele - escola, que ocupava a emissão de TV de tarde?

Partilhávamos garrafas e copos, dávamos uma 'beca' do bolo, sandes ou fruta que comíamos aos amigos e nunca morremos disso.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentose depois andávamos a grande velocidade pelo monte/ rua abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado, aprendíamos.


Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.

Brincávamos em pinhais, a construir cabanas, a fazer cross de bicicleta e nunca nos aconteceu mal nenhum.


Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.


Não tínhamos PlayStation, X Box. Tinhamos ZX Spectrum, mas mesmo assim preferíamos brincar na rua.


Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.

Haviam desenhos animados (Abelha maia, Sinbad, Conan, He - Man, Dartacão, Elifog, Bocas, Tom sayer, Hucklebery finn, etc.), séries e programas giros (Duarte & Companhia, Buck Rogers, Galáctica, Espaço 1999, O Justiceiro, Soldados da Fortuna, Alf, Rua Sésamo, V - A batalha final, etc.), mas não dependíamos da Tv.


Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua.


Jogávamos ao elástico, à macaca, à barra e a bola até doía. Jogávamos futebol, às escondidas, apanhada, stop, futebol humano, risco, monopólio, cartas, à parede, à 'Maria' ou ao boneco, fazíamos corridas, etc.


Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.


Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.

O instrumento musical favorito era... campainhas de porta!


Íamos a pé para casa dos amigos.


Acreditem ou não íamos a pé para a escola.


Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.


Criávamos jogos com paus e bolas.


Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.


Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.


Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.


Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.


És um deles? Parabéns! Também eu o sou (1979 - 06 - 22)

Estamos a ficar velhos? SIM... mas tivémos uma infância do caneco!!!

Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós... Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.


Alguns dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceram em 1986. Chamam-se jovens.


Nunca ouviram "We are the world" e "Uptown girl", conhecem de Westlife e não de Billy Joel.


Nunca ouviram falar de Ramones, Pink Floyd, Wham, Madness, Talkingheads, David Byrne, L. Cohen, Herois do Mar, Zecafonso, Carlos Paião ou António Variações, Prefab Sprout ou The Cult.


Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname.


A SIDA sempre existiu.


Os CD's sempre existiram.


O Michael Jackson sempre foi branco.


Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança.


Acreditam que 'Missão impossível' e 'Anjos de Charlie' são filmes do ano passado.


Nunca ouviram falar no 'Verão Azul', nunca trautearam o genérico. Não sabem de que história é a Rainha de Copas, não fazem a mínima de quem é a Vera Roquette, e o "Brinca Brincando" é pré-história.

Não conseguem imaginar a vida sem computadores e sem Telemóvel...


Não acreditam que houve televisão a preto e branco e que a Rádio era uma grande companhia...

Nem quero imaginar, como será daqui a 20 anos...

Abraço

 

Silêncio da Música: ---------- AQUI AO LADO! ------------------------->
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publicado por Jv às 09:00
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Sexta-feira, 29 de Junho de 2007

Os aromas que somos...

Falando em músicas, tenho de falar em aromas!

É mesmo! Os aromas ainda me recordam mais situações e mais coisas...

Lembro-me que o cheiro intenso a tabaco, me recorda o Cinema Oxford em Cascais...

O cheiro a água ardente, lembra-me a época de natal e das filhoses que a min ha Mãe faz...

A maresia... lembra-me alguém, numa certa praia da costa do Estoril...

Bolos! Lembra-me a carrinha que vendia bolos na minha escola primária... humm, belíssimas bolas de berlim com (muito) creme...

O cheiro a Fondue, lembra-me a festas lá em casa... na casa da minha infância, no (para mim) longíquo Alto dos Gaios...

O aroma a Pinheiro... lembra-me o pinhal onde andávamos de bicicleta, onde construíamos cidades na terra e onde construímos muitas, mas mesmo muítas cabanas...

O cheiro a ovos podres, lembra-me o meu 9.º ano, onde rebentámos 3 ou 4 bombinhas dessas dentro da sala de aula, para não termos aulas... mas a stôra não tinha olfacto e obrigou-nos a ter aulas de janelas e portas abertas e com as miudas da turma a vomitarem...

O cheiro da sardinha assada, lembra-me sempre a Feira Popular. Sempre. E as farturas também... ai, farturas...

O cheiro a marisco, faz-me lembrar logo a Nazaré e os seus restaurantes ao longo da marginal...

O cheiro a gasóleo queimado, faz-me recordar a garagem dos autocarros, também na Nazaré. Se havia coisa que eu gostava era de os ver ali a trabalhar, a sair/ entrar... gostava de ouvir os motores (e ainda gosto)...

O cheiro a naftalina, faz-me recordar logo de algumas velhotas que frequentavam a Igreja onde eu também frequentava, quando era pequeno...

Hoje, o cheio a pipocas, está indubitávelmente ligado ao Cinema... eu sei, que pena...

Cheiros. Outros não posso dizer aqui... são (ainda mais) pessoais e ainda hoje mexem comigo...

E vocês? Que cheiros mexem convosco?

Silêncio da Música: A mesma, ainda, sim!!!
Hoje estou: Cada vez melhor!!!
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Quarta-feira, 4 de Abril de 2007

Saudades...

Saudade…

 

Tenho saudades de muita coisa.

Tenho saudades de ti.

Tenho saudades de ter férias a durar 3 meses.

Tenho saudades de não usar óculos.

Tenho (muitas) saudades da Ilha da Madeira.

Tenho saudades de ouvir música alto.

Tenho saudades dos dias a chover torrencialmente e eu em casa, quentinho e descansadinho da vida.

Tenho saudades da minha Avó.

Tenho saudades de ter o microfone na minha mão…

Tenho saudades de chorar na presença d’Ele.

Tenho saudades de alguns amigos, que e marcaram muito.

Tenho saudades de ser inocente e ingénuo.

Tenho saudades de não perceber as coisas.

Tenho saudades de estar diante das pessoas.

Tenho saudades do meu Pai.

Tenho saudades de jogar à bola (muitas mesmo).

Tenho saudades de jogar ZX Spectrum.

Tenho saudades de ver TV de qualidade.

Tenho saudades de apreciar certas pessoas.

Tenho saudades do Verão.

Tenho saudades de Tróia.

Tenho saudades. E já tinha saudades de ter saudades…

Hoje estou: errrr... saudosista?
Silêncio da Música: Cesária Évora - Saudade
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Terça-feira, 27 de Março de 2007

Infância

Ainda sou do tempo de ter infância e de gostar de ser criança. Mas o romper com essa maneira de estar deu-se com a geração logo a seguir à minha.

 

Lembro-me de ser miúdo e de gostar e não desejar ser grande. Sabia que um dia haveria de lá chegar, mas que gostaria de aproveitar o que era até lá. Não tinha muitos amigos, mas dava para me divertir.

 

Lembro-me das grandes noitadas a jogar às escondidas, das conversas com os amigos até tarde…

 

Lembro-me das estações do ano que eram bem definidas. Lembro-me dos verões e das férias (hoje) intermináveis. Lembro-me dos Natais com a família e o encanto do Menino Jesus. Lembro-me de por o açúcar e a canela nas filhoses da minha Mãe. Lembro-me da ideia do sapatinho na sala à espera dos presentes.

 

Lembro-me do assobio do meu Pai, revelador que estava bem disposto… o problema era o assobio que mais parecia uma cana rachada…

 

Lembro-me do carro do meu Pai (Fiat850), obviamente, o meu carro favorito. Lembro-me de quando o carro começou a ter problemas e quem o empurrava era eu (durou mais de 30 anos!)…

 

Apanhei grandes molhas com o percurso a pé que fazia da escola para casa e vice – versa. Lembro-me das cheias de 1984 e da imaginação que tinha… muito mais tarde é que percebi o que eram as cheias, pois para mim aquilo era algo de muito estranho.

Lembro-me das férias passadas na Madeira, Nazaré e em Tróia… grandes temporadas!

 

Joguei muito ao berlinde e ao ‘papa – mundo’. Fiz brincadeiras de durar dias inteiros. Brinquei em pinhais, na casa dos outros, na minha casa, com sol ou sem sol, com chapéu ou sem chapéu. Se estivesse mais frio… brincava na mesma! E os Legos? Ai, os legos com que eu construía casas, pontes, estádios de futebol (sim, sim!) com todos os pormenores e tudo!

 

Bicicleta foi a minha companheira de aventuras longe de casa, distâncias que hoje parecem ser de 2/ 5 minutos de carro, de bicicleta pareciam eternidades maravilhosas…

 

Lembro-me que era normal brincar na rua, ou no quintal ou no pinhal, pois não havia perigo. Emprestávamos coisas uns aos outros sem se estragarem… que coisa tão rara!

 

De vez em quando, muito raramente, lá pegava no ZX Spectrum 48K do meu irmão e jogava alguns jogos, mas a diversão estava em brincar o dia inteiro, fora de casa… e vínhamos a casa para almoçar e era um custo!

 

Cheguei a sujar-me todo, levando raspanetes da minha Mãe. Brinquei com carros de rolamentos, cabanas, grutas, carros, bicicletas, paus. Cheguei a fazer colecção de beatas (é verdade, mas a colecção durou poucos minutos, pois a minha Mãe deitou-as fora), bilhetes de autocarro, de bilhetes de cinema e ainda tenho a colecção do meu irmão de bilhetes de futebol… fiz algumas colecções de cromos, de autocolantes e de notas de vários países.

 

Apesar de tudo isto, sempre fui bom aluno. E um filho obediente e certinho, bem – educado, com entendimento acertado.

 

Fui obrigado a crescer depressa. Muito depressa. Depressa demais para ser levado a sério. Ainda hoje, já com 27 anos e alguns cabelos brancos, continua a ser difícil que certas pessoas me levem a sério e me respeitem.

 

Quando tiver filhos (se os tiver), vou deixá-los crescer ao ritmo próprio. E, tentando complementar o meu carácter, vou acompanhá-los e crescer com eles o que me falta…

 

Por muito cuidado que se tenha na educação dos filhos, eles acabam sempre por se tornarem adultos” (Göste Rybrant)

Hoje estou: Fiu, fiu, fiu, fiiiiiu...
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