Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007

Pensamentos

“...Tudo já foi pensado. O difícil é pensá-lo outra vez…” (Goethe)

 

De facto, não conhecemos a essência da verdadeira acção de pensar. É um acto que implica um certo esforço mental, seja para a criação de algo, seja para o seu melhoramento, seja para outras e novas soluções, para a vida, seja apenas para pensar simplesmente. Pensamos em tudo e em mais alguma coisa. Por vezes, mesmo sem nada para fazer, pensamos em coisas, que nunca nos lembrariamos de pensar. A nossa mente reage como um cavalo selvagem à solta, de forma rápida, forte, decidida e teimosa. A teimosia de um pensamento que nos assola, pode durar horas, dias e até meses. E a sua corrida e direcção, é conforme a nossa força de vontade...

 

Limitamo-nos, apenas, a lembrar tudo aquilo que já nasceu connosco, ou que aconteceu na nossa vivência até à data e que por darmos pouco uso, acabamos por esquecer (relembro que nós usamos apenas 2% das capacidades do nosso cérebro).

 

E o que mais aborrece é que cada vez que alguém é gerado, tem acesso a tudo aquilo que forma o mundo (tudo aquilo que nos rodeia e sobre as quais não pensamos, ou que desconhecemos que existem, ou até os seus nomes, ou ainda, coisas com as quais não nos importamos), durante os seus primeiros 9 meses de vida, apresentados e representados pelo próprio Criador, em pessoa. O mais aborrecido, é que depois de nascermos, esquecemos tudo e ainda somos forçados a relembrar tudo da forma mais complicada: nascemos, crescemos, desenvolvemos e quando finalmente, estamos a começar a entender que o verdadeiro significado da vida, morremos.

 

A vida é demasiado exigente. Primeiro faz o teste e só depois dá a matéria... e de forma bem alongada e repetida.

 

Para que se possa dizer que o propósito da nossa vida está completo, há a necessidade de se plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Plantar uma árvore significa vivificar a Natureza, reavivar a vida que nela há e que em nós há. Escrever um livro será o ensinar ás gerações futuras os caminhos alternativos e o modo certo de perseverar a natureza que nós fomos obrigados a reavivar do coma profundo em que estava inserida e os erros da vida que se possam ter cometido. Ter um filho, é assegurar que alguém irá ler esse livro que nos custou uma vida, e que talvez alguém tenha interesse em continuar a manutenção de vida... da Vida.

 

Eu não estou a pensar isto, nunca o estive. Eu  apenas estou a relembrar algo, que eu li, provavelmente, nalgum livro naquele período em que bebi um copo, ou fumei um charuto, ou tive uma conversa inteligente com o Criador...

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publicado por Jv às 21:44
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007

O Choro e a mudança

Vi chover, gota a gota,

Caiam os pingos da chuva.

Assim caíam os pingos,

Da minha tristeza.

 

E gota a gota,

Sem sentido nem direcção,

Deste modo caíam,

As lágrimas do meu coração.

 

E caíam os pingos de chuva,

Ferozmente no chão,

Saindo de não sei onde,

Talvez de algum coração.

 

A chuva parou.

Dissiparam-se as nuvens,

Veio o sol, a alegria, a paz,

E a tristeza desapareceu.

 

Abri a janela,

E um cheiro a terra molhada,

Invadiu o meu ser…

Um raio de sol tocou-me.

 

E sentindo alegria,

Amor, esperança e paz,

Com um lindo dia…

Apeteceu-me viver!!!

 

E quando relembro,

A chuva que caía,

Percebo o porquê,

De tanta alegria.

 

E ao pensar,

Que não estou só,

Sinto-te bem perto de mim,

Completando a minha alegria.

Rbobson

 

 

 

Este poema, que escolhi do meu 'reportório', não revela o meu estado de espírito, mas revela o que me vai no coração. Tenho andado pesaroso e com um peso, um fardo no meu coração. Alguns, ao lerem isto, poderão pensar se eu me estaria a arrepender de alguma decisão recente, ou dos últimos meses, mas não. É apenas por ver no que este mundo se tem tornado, desde os tempos da minha feliz e doce mocidade. Nem é preciso, ir muito longe. Basta olhar para o nosso país e para ver o que se passa, o que anda no ar, para ficar logo com um fardo muito grande no meu peito.

Contudo, não sou dos que não têm esperança. Eu tenho. Eu sei em quem creio e sei até onde poderei ir e como as coisas podem mudar. Tudo depende de mim.

Aliás, todas as mudanças e melhoramentos dependem sempre de cada um de nós. Lembre-se sempre, que fazer a diferença, começa sempre pela nossa própria vida.

As decisões estão na nossa mão. Tome-as sabiamente, ponderando sempre o futuro.

 

Silêncio da Música: Mudar é preciso!
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publicado por Jv às 12:00
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Pedra de Tropeço

Pedra - s. f., corpo duro e compacto que forma as rochas; calhau; rebo; cálculo; concreção calcária que se forma na bexiga, nos rins e nos dentes; quadro preto usado nas escolas; granizo; lápide de sepulcro; peça de jogo de tabuleiro; fig., pessoa estúpida, bronca;


Tropeço - s. m., aquilo em que se tropeça; fig., travanca; obstáculo;

Esta expressão (que em Inglês se diz 'to be a stumbling block'), em sentido figurativo, significa que existe alguém que está a servir de dificuldade ou obstáculo a outrém.

Na vida, encontramos muitas 'pedras de tropeço'. Na maioria das vezes somos nós próprios. O nosso orgulho, a nossa vaidade, as nossas manias, os nossos 'achos', não passam de elementos que formam a 'pedra de tropeço' que muitas vezes se levanta na nossa vida.

Outras vezes é alguém que nos surge no caminho da vida: no empregou, ou na família, ou no dia a dia.

O que é certo é que todos temos sempre uma 'pedra de tropeço' à nossa frente.

A maioria das vezes, nem damos conta que temos tal elemento à nossa frente (que pode variar de tamanho e feitio), que acaba por nos toldar a visão do futuro e de encobrir o presente.

Por vezes, é o orgulho. Orgulho de pedir perdão. Orgulho de admitir que erramos, que somos falíveis e que não sabemos tudo. Orgulho em agradecer algo que nos fizeram ou deram. Orgulho, não admitindo que poderão haver pessoas melhores do que nós, nas coisas que pensamos saber fazer.

Outras vezes é a vaidade. A vaidade que nos faz afastar todos os que se poderiam aproximar de nós. Vaidade do que pensamos ser, saber fazer. Vaidade em pensar que somos o centro do universo. Vaidade que nos faz pensar que mais ninguém pode ter os 'dons' que temos.

Outras vezes, ainda, são os nossos 'achos' e manias. Achamos que temos de ensinar os outros a ser como nós. Achamos que os outros nunca se vestem tão bem, quanto nós. Achamos que os outros nunca falam, tão bem quanto nós. Achamos que os outros, por melhores que possam ser, nunca chegarão aos nossos calcanhares. Aceitamos as manias que os colegas que nos rodeiam só nos querem roubar o protagonismo.

Mas ainda assim, existem pedras de tropeço, que são exteriores. Algumas pessoas que agindo das formas que descrevi acima (e ainda de outras, que não quero expor aqui e agora), entendem que devem de perturbar a vida dos outros, dos que nos rodeiam, dos que trabalham connosco, dos que estão ao nosso lado, até.

Quem somos nós para usar de um 'dom' para dar recados ao próximo? Quem pensamos ser, afinal de contas, para achar que temos sempre algo para ensinar aos outros?

Não somos todos matéria? Terminando o fôlego de vida, não ficaremos todos inanimados, e voltaremos à terra?

Porquê desperdiçar esta vida, fazendo a vida dos outros num inferno?

Por fim, quero deixar a frase:

"... ninguém estando sozinho, consegue vencer na vida, nem a vida...."

Abraço

 


Silêncio da Música: Vasos nas mãos do oleiro
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publicado por Jv às 09:00
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