"... Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão..."
Já costumava dizer o povo deste país, possuidor de uma sabedoria empírica notável, que o ‘dinheiro faz subir o malheiro'. Ou seja, o dinheiro anima as coisas.
Por mais que o não queiramos, temos de admitir que é verdade que existem demasiadas referências ao poder do dinheiro, praticamente desde o início dos tempos.
Por alguns trocos, mata-se, mente-se, trai-se, acusa-se, manipula-se, chantageia-se, 'faz-se 30 por 1 linha'.
Só a título de memória, Jesus foi 'vendido' por 30 moedas de prata... que depois forma entregues de volta e com esse dinheiro compraram o terreno onde o traidor de Jesus se enforcou...
"... O Dinheiro responde por tudo..." (Eclesiastes 10: 19), é uma frase muito emblemática do poder que tem. Alguém sábio também costumava dizer que o 'dinheiro toma a cor do nosso coração'. E é verdade.
O problema não está nem nunca esteve no dinheiro, mas sim na importância desmesurada que o homem atribui ao dinheiro e à riqueza. O poder e a 'glória' que o dinheiro, a riqueza e a fama acarretam ao homem, fá-lo perder o contacto com a realidade.
Mas não é a riqueza e o dinheiro que corrompem o coração do homem. O homem já é corrompido por natureza e o dinheiro é apenas o combustível que alimenta essa corrupção no coração do homem.
E não tem mal nenhum ter riqueza, ser abastado. Tem mal é se isso consome o homem, ou no intento de poupar ou gastar sem olhar a meios...
Hoje em dia por dinheiro tudo se faz. Despe-se, veste-se, vende-se, compra-se, mata-se, despede-se, trai-se, desfaz-se, rouba-se, tudo pelo 'vil metal' (já chamado assim por Camões), tudo por uma glória efémera e ingrata, que depois de cessar a combustão, consome o que ainda sobrou da vida, coração, orgulho e honra.
Sejam milhões, sejam tostões, tudo serve para motivar a agir, de preferência contra tudo o que a riqueza genuína significa...
"...O Amor ao dinheiro é a raiz de todos os males..." (I Timóteo 6: 10)
Silenciosos mas bons...
Aquela cadela virada para o mar